“Aqui se faz aqui se paga”, é o que demonstra Lara Pereira Mendes em sua obra que prova que o lucro imediato e delituoso da corrupção impossibilita o crescimento potencial de toda nação.
Os crimes englobados pela corrupção compõem uma economia altamente expressiva.
Mas por que o crime consegue sustentar-se sobre as penas que os conferem?
Certamente porque o benefício de se praticar uma ação criminosa é maior que o risco de ser pego e penalizado por isso, ou seja, o crime “vale a pena”.
Lara Pereira Mendes em Corrupção: um efeito sobre a taxa de juros (Sicurezza,2010) menciona Aristóteles que define a corrupção como a destruição, a dissolução, [...] o mal social que destrói, anula a própria sociedade.
Em sua dissertação, a autora mostra que, além da perda dada pela subtração de ativos dos processos econômicos naturais, a corrupção também provoca perdas indiretas, como o aumento da taxa básica de juros do Estado que contém o crescimento de toda a nação.
O objetivo do trabalho de Lara foi o de verificar se os níveis de corrupção, medidos pelo IPC influenciam a taxa básica de juros. A hipótese levantada pela autora para o problema é que “a corrupção está relacionada à baixa segurança que o Estado oferece ao investidor. O que significa maior prêmio de risco, que por sua vez implica em maiores retornos (juros). Para que um país consiga atrair um capital estrangeiro, para o financiamento da Dívida Externa, por exemplo, é necessário que os Bancos Centrais tornem a taxa de juros do país mais atrativa, do ponto de vista financeiro. Além disso, a corrupção aumenta os custos para as empresas, seja pela liberação de propinas, seja pelo atraso na implantação dos projetos de investimentos, caso as firmas não aceitem se corromperem”.
Um negócio que “movimenta cerca de 1 trilhão de dólares a cada ano, por meio do pagamento de propinas e subornos ou pelo desvio de recursos públicos para bolso privado”.
É nesse sentido que a obra de Lara Mendes auxilia no combate à corrupção, pois conscientiza o leitor da conseqüência da prática criminosa, que incide a todos indiscriminadamente, instigando nele e vontade de primar por uma sociedade mais honesta.
Ao longo do trabalho, estruturalmente bem organizado e com conteúdo de linguagem clara e otimizada, a autora concluiu que “independentemente do modelo político-econômico adotado há influência quanto aos níveis da taxa de juros”.